
Hoje, em meu trabalho e finada função exercida na Brigada, vivi uma situação em que me senti cavalgando, mais uma vez, ao lado de Dom Quixote.
Roto e escalavrado, senti os ideais que defendo serem sepuldados vivos. Vencido, deitei honrado na cova escura do "nobre cavaleiro da triste figura", enquanto o coveiro fechava a lápide de nosso túmulo. O último rosto que vi foi de Sancho derramando uma lágrima.
Desde menino, quando vi pela primeira vez a imagem de Dom Quixote, senti uma intimidade muito grande com a figura do cavaleiro de Miguel de Cervantes. Fundi meu coração ao Dele e do seu cavalo Rocinante quando li sua obra.
Porém, não estou entre aqueles que crêem que Dom Quixote morreu. Nem tão pouco entre os que riem do cavaleiro, achando-o louco por não se dobrar diante das torpezas do interesse mesquinho. Muito menos me alinho com aqueles que querem salvar das refregas, somente os alforges onde trazem o queijo e a cebola.
Entre o bácoro e a águia, prefiro ser abatido no céu e perdido nas águas, do que servir de banquete aos dentes dos lobos e parar no intestino das feras.
Cadete Aroldo Medina
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