Um defendia que o melhor a fazer era ANULAR o voto. O outro dizia que a melhor maneira de protestar era no dia da eleição, votando conscientemente. "- Anula teu voto. Aí eles vão ver que estamos revoltados". Insistiu, na sua tese, um dos passageiros. "- Vão fazer outra eleição". Respondeu o outro. "- Anula de novo". Sentenciou o cidadão. "Qual o sentido de ficar anulando o voto? Que efeito prático isso tem? Só vai retardar a eleição de novos representantes, enquanto quem esta lá, vai ficando. E, ademais, isso é uma utopia achar que todo mundo vai anular o voto ao ponto de haver uma nova eleição, por conta dos votos nulos ou em branco. E, nem vamos falar no custo de uma eleição, nessa linha de raciocínio." Finalmente, o mais radical se calou. Três estações se passaram, sem uma única palavra.
"Vou desembarcar na próxima. Sabe de uma coisa? Em toda eleição, a maioria das pessoas que reclamam, perdem a grande oportunidade de fazer a REFORMA POLÍTICA." Disse o passageiro mais pensativo. Ganhando um olhar de curiosidade do seu interlocutor. E, concluiu, catedraticamente, dizendo o óbvio: "- O eleitor tem o poder na ponta dos seus dedos, na hora de votar, escolhendo o seu candidato pelo seu caráter, conhecendo seu histórico de vida. Normalmente voto em quem ainda não esteve por lá. Isto eu chamo de "voto de utilidade pública".
O trem parou. O homem se levantou, sorriu e saiu pela porta.
Aroldo Medina
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