Hoje em dia podemos separar a população humana entre aqueles
que têm vesícula e os que não têm. Quem tem pode comer batatas fritas, pipoca
com manteiga e costela gorda. E, naturalmente quem já extirpou o órgão estaria,
em tese popular, condenado a uma indigestão ou mesmo a frequentar com mais
assiduidade o banheiro, caso queira continuar saboreando as gostosas gorduras
assadas ou mesmo fritas.
Não sei o que é mito ou verdade. O fato é que minha vesícula
durou 50 anos. Fui feliz com ela até uma pedra nascer dentro dela. E foi uma
pedra enorme. Bem maior do que a ecografia acusou. O médico garantiu que foi a
maior que tirou de dentro de um ser humano. Quase do tamanho de um ovo de
galinha garnisé. E, acrescentou o doutor que tive bastante sorte em fazer a
cirurgia, pois, minha vesícula estava bastante inflamada. Outro aspecto que a
ecografia não acusou. Mais uns dias de retardo da operação e a história poderia
ser outra.

Pernoitei no hospital pensando qual seria o mistério das
vesículas? Que segredo guardam umas para durarem tão pouco e outras um pouco
mais, até uma vida inteira? Um sargento veterano ao meu lado, operado das
pernas (varizes), com dois filhos de 22 e 23 anos sem vesículas, garantiu que
foi o consumo exagerado de bolachinhas recheadas e de “burgers” que levaram
suas crianças a guilhotina impiedosa do bisturi exterminador das jovens vesículas.
Enquanto o leitor desavisado como eu, não desvenda o
mistério das vesículas é bom ir se prevenindo tendo uma alimentação saudável,
evitando comer porcarias, não deixando de lado os exercícios físicos e não
ficando sem se alimentar por períodos mais prolongados. Outra providencia
importante são os “fast foods” e as churrascarias se prevenirem exigindo dos
seus clientes, desde já, certificados de que seus consumidores são portadores
de vesícula, para a venda de frituras e gorduras. Afinal de contas é melhor
prevenir do que remediar.
Aroldo Medina
Nenhum comentário:
Postar um comentário