Funcionários do Banco do Estado do Rio Grande do Sul decidiram ontem, em assembleia geral, realizada em Porto Alegre, por fim a greve que durava há 28 dias. Mil e vinte e três trabalhadores compareceram no ato deliberativo. 587 funcionários votaram pelo fim da greve e 428 queriam manter a paralisação. O Banrisul tem onze mil funcionários.
Agências do interior já estavam trabalhando. Agências da capital e região metropolitana funcionavam parcialmente. A abertura total das agências foi determinada por funcionários que já estavam trabalhando e perceberam que o seu não comparecimento nas assembleias da categoria, estavam legitimando a manutenção da greve. Este fato, associado ao desconforto de prejudicar a imagem do banco junto aos seus clientes, motivou a participação destes funcionários na assembléia que encerrou o movimento grevista.
Um dos principais motivos da greve é a ausência de um plano de carreira para os funcionários. Um escriturário que entra hoje no Banrisul tem o mesmo salário que um escriturário de 20 anos de carreira, por exemplo. Os funcionários almejam um adicional por tempo de serviço.
Em conversa com amigos do Banrisul hoje, perguntei ainda o que esperavam de José Ivo Sartori? Foram unanimes em dizer que confiavam no novo governador eleito, para defender o banco dos gaúchos contra qualquer movimento de privatização, normalmente defendida por capitalistas interessados em por as mãos num banco bem estruturado que só tem dado grandes lucros ao RS, nos últimos anos. Elogiaram, espontaneamente, a gestão de Fernando Lemos.
Sou, particularmente, contra a privatização do Banrisul, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, por razões óbvias. Conduzidos por seu corpo técnico de funcionários de carreira, com independência administrativa, costumam dar excelentes resultados financeiros e oferecem sempre, menores taxas de juros, na concessão de créditos pessoais e financiamentos para automóveis, imóveis e outros empreendimentos empresariais, urbanos e rurais, além de serem patrimônios consolidados da nação brasileira.
Aroldo Medina