sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Almanaque Gaúcho de ZH resgata história gaúcha.



Zero Hora, página 44, edição de hoje (28.12.2018), Almanaque Gaúcho do colunista Ricardo Chaves faz justa homenagem ao coronel Hélio Moro Mariante, de saudosa memória.
Conheci o coronel Mariante, em 1987. Eu era cadete da BM, segundo ano do CFO (Curso de Formação de Oficiais) e, fui incumbido de editar o jornal O Espadim, órgão informativo da SACFO (Sociedade Acadêmica) dos cadetes da Brigada Militar.
Descobri que o jovem Mariante foi diretor literário da SACFO, em 1942, comocadete da BM. Então o visitei, em seu apartamento na Jerônimo Coelho, 95, no Centro Histórico de Porto Alegre, onde residia, para ouvir as histórias da sua época e resgatar a memória das antigas publicações dos alunos oficiais da Brigada Militar. Bem recebido e, sempre convidado para retornar, passei a visitar, regularmente, o coronel Mariante, durante quase 20 anos.

Gostava de visitá-lo. A conversa fluía solta, enquanto sorvíamos o chá, degustando biscoitos servidos por sua esposa, dona Silésia, na biblioteca domiciliar do estimado mestre Mariante.
Com o falecimento da sua esposa, Hélio Moro Mariante foi residir no Residencial Pedra Redonda, diligentemente gerenciado por Henri Siegert Chazan. Continuei visitando mestre Mariante que sempre me recebia sorrindo, na sua nova residencia, semeando conhecimento, com simplicidade e simpatia. Gostava de levar minha pequena filha Natália Medina, junto comigo, nessas visitas, onde colhíamos sabedoria própria das antigas gerações.
Creio ter honrado meu amigo Hélio Moro Mariante, principalmente em vida. A Brigada Militar é grande, honrada e continua prestando relevantes serviços ao povo gaúcho, porque tem em sua base de formação, homens e mulheres da grandeza moral, espiritual e profissional de Hélio Moro Mariante.

Aroldo Medina - Tenente-Coronel da reserva da BM.

"Crônica da Brigada Militar" das mãos do autor. Porto Alegre, 2001.


sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Hélio Moro Mariante

Foto: Delvaux, Porto Alegre, 1995.
O coronel Mariante, historiador da Brigada Militar, faria 103 anos de idade hoje. Natural de Caxias do Sul (RS), nasceu no dia 21 de dezembro de 1915, filho do guarda livros e professor Teotônio Mariante Filho e da prenda do lar Cristina Moro Mariante. Em 1933, aos 17 anos de idade, o jovem Mariante ingressou na Brigada Militar. Formou-se soldado, fez o curso de cabo e, não demorou para fazer o curso de sargento. Em 1942 iniciou o Curso de Formação de Oficiais (CFO), no mesmo local onde hoje se encontra a Academia de Polícia Militar.

Como cadete da Brigada, Mariante fez parte da diretoria da SACFO (Sociedade Acadêmica do Curso de Formação de Oficiais) assumindo sua vocação em assuntos literários, semeando entre os alunos oficiais atividades de fomento cultural. Formado, exerceu funções inerentes a um oficial de carreira. Destaca-se em 1947, como tenente, ao propor ao coronel Walter Peracchi de Barcellos, então Comandante Geral, a criação do Museu da Brigada Militar. Em 1955, como capitão, Mariante inaugura o museu da corporação, no próprio QG da BM. Destacando-se por seu profissionalismo e desenvoltura intelectual foi convidado a fazer parte da Casa Militar nos governos Walter Peracchi de Barcellos e Ildo Menegueti, nas décadas de 60 e 70. Formou-se em História na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1972.

Retrato de um imortal. Autor: Ruben Ygua
Atuou, incansavelmente, ao lado dos próceres que fundaram o Movimento Tradicionalista Gaúcho, compondo sua diretoria. Sempre voluntário e participativo engajou-se entre os membros do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore, sendo o seu primeiro presidente, eleito por seus pares historiadores e pesquisadores gaúchos. Pela sua vasta produção histórica e literária foi convidado a ingressar na Academia Riograndense de Letras e, se tornou secretário geral dos imortais gaúchos, ao longo de muitos anos. Igualmente assumiu a secretaria geral do Instituto Histórico e Geográfico do RS, sendo reconduzido ao cargo, diversas vezes. Tornou-se presidente do Circulo de Pesquisas Literárias do RS e ainda foi vice presidente do Instituto de História e tradição do RS e da Cruz Vermelha Brasileira.

Adesguiano de 1968, é autor de muitos livros publicados por diversas editoras brasileiras, obras entre as quais destaco: "Crônica da Brigada Militar", 1972; "Medicina Campeira e Povoeira", 1982; "Farrapos, Guerra a Gaúcha", 1985; "Chimangos e Pica Paus", 1987; "O Rio Grande em Aulinhas", 1993, entre tantas outras. No total são 25 livros de sua lavra e uma infinidade de artigos publicados em jornais e revistas do Rio Grande do Sul e do Brasil.

A vida e a obra de Hélio Moro Mariante faz honra a todos os gaúchos, a Brigada Militar e ao Brasil. E, é por tudo isso, que me perfilo diante da memória deste prócer brigadiano de alto quilate moral, intelectual e espiritual, amado por todos os seus amigos, com os quais conviveu até os 90 anos de idade, quando foi convocado em 2005, para a próxima dimensão de vida, com muita honra e orgulho de ter convivido com o coronel Mariante, frequentando sua casa desde a época em que também fui cadete da Brigada Militar (1986-1988), anuncio a criação de um memorial em sua homenagem, na Academia de Polícia Militar.

O MEMORIAL HÉLIO MORO MARIANTE.

Força e Honra integram a BM.
Procurei o comandante geral da BM, coronel Mario Yukio Ikeda, para propor a criação de um memorial, em nossa Academia de Polícia Militar, em homenagem ao seu patrono, coronel Hélio Moro Mariante. O coronel Ikeda, homem forjado com os melhores valores morais e profissionais de um oficial de carreira de Polícia Militar, prontamente aquiesceu aprovando a idéia de construção de um monumento em memória de um de nossos oficiais com maior brilho moral e intelectual que sempre serviu de forma abnegada a toda comunidade gaúcha.

Desta forma trabalho, voluntariamente, motivado pela vida e pela obra de Hélio Moro Mariante, com o incentivo do coronel Ikeda, no desenvolvimento do projeto para construirmos um memorial digno da obra de Mariante, para que possa continuar inspirando os atuais e futuros brigadianos que honram as melhores tradições da Brigada Militar, em defender, incondicionalmente, a vida e o patrimônio do valoroso povo gaúcho e brasileiro.

Aroldo Medina - Tenente-Coronel RR da Brigada Militar.
Obreiro da Ordem Tradicionalista de Hélio Moro Mariante.




Pedestal em concreto, revestido de granito, será construído na Academia de Polícia Militar, em Porto Alegre (RS), para receber o busto em bronze, fabricado em tamanho natural pela FUNDIART, localizada na cidade de Piracicaba (SP).

O monumento também irá acolher a urna com as cinzas do corpo do coronel Mariante, atualmente sob a guarda do gabinete do Comando da APM.

Natália Medina e a proteção dos animais.

  Natália Medina, presidente do Grêmio Estudantil La Salle Canoas Soube hoje, às 21:00 horas, que minha filha Natália Medina foi denunciada,...