terça-feira, 22 de agosto de 2017

Frankenstein pode ser paraninfo no governo Sartori.

Sartoriedagate na segurança pública.
Tem um assunto que tem me incomodado, muito, nestes últimos dias. Inquietado minha consciência profissional, mesmo estando na reserva. A notícia do governo do Estado do RS sobre a abertura de 4 mil vagas para ingresso na BM, de uma única vez. Pode parecer um paradoxo, pois, uma notícia, aparentemente boa, para minimizar a falta de PMs nas ruas, traz vícios ocultos para a sociedade.

A história, num passado recente, esclarece a inquietação que me assalta e rouba minha paz. O governo Yeda Crusius também anunciou com pompas, o ingresso de quase 4 mil PMs. E, produziu uma bela foto no gramado da Academia de Polícia Militar, em Porto Alegre, no ano de 2009, quando determinou ao Comando da Brigada que fossem colocados em forma, fardados, os novos alunos soldados.

Depois de romperem marcha, para seguir aos seus destinos fora das escolas regulares da BM, faltaram camas, colchões, armários e salas de aula. Até os galpões do Parque Assis Brasil, em Esteio, abrigo de galinhas, coelhos, porcos e outros animais, em época de exposição, viraram "salas de aula" para os neófitos brigadianos que, quase todos os dias "curtiam" uma sauna nos pavilhões da Expointer.

Depois de formados (?) foram para as ruas e suas matriculas foram ganhando um estigma gerador de inúmeros inquéritos e sindicâncias. Nos corredores dos quartéis apurava-se a causa do "fenômeno" de tantos inquéritos e sindicâncias associados as matriculas X e Y egressos do concursão do governo Yeda. Soubesse então que o governo, sempre o governo, quando foi notificado pelo Comando da BM que centenas de candidatos haviam rodado no psicotécnico, mandou (vão negar até a morte) afrouxar os critérios deste exame, para completar as vagas disponibilizadas pelo edital desse concurso.

Aí, descobriram outro probleminha, desta vez no exame intelectual. Tirando os candidatos que atingiram a média exigida no edital, ainda sobravam milhares de vagas. Vem o governo de novo, sempre o governo e, manda o Comando da Brigada baixar a média na marra, até que as vagas fossem preenchidas. E a BM, vai baixando, baixando (ou seria abaixando), baixando o nível, até que finalmente, as benditas vagas foram completadas, para produzir aquela bela foto, no gramado da APM que ilustra esta postagem.

Dá para entender agora por que não tenho dormido direito, pensando nessas 4 mil vagas que o governo Sartori anuncia com alarde, depois de causar a debandada para a reserva, de quase seis mil PMs, em menos de três anos de governo ou seria desgoverno na área de segurança pública? A sociedade que se lixe, o importante é a foto e a reeleição. Não importa a qualidade.

Na peneira de seleção do Sartori para novos soldados da Brigada Militar, com 4 mil vagas, vai passar porco, cachorro, gato, cobra, lagarto, urubu, papagaio, sapo, escorpião e sabe-se lá que outros bichos.

Não sou o primeiro a comparar a raça humana, com animais. Lembram-se do George? George Orwell. Eu mesmo me acho parecido com um cachorro "SRD". Um cachorro misturado (sem raça definida). Explico: meu pai bem brasileiro, era "meio bugre". E, minha mãe, de origem alemã. Acho que deu uma boa cruza. Aceitei bem o meu adestramento, honrando meu pai e minha mãe. Não vai faltar alguém para contestar esse adestramento. Mas democracia é democracia. Não faltará também quem diga que estou latindo demais.

E, por falar em latir... O Victor Frankenstein pode ser convidado para ser paraninfo dessa política de seleção do Sartoraço das Massas; do tipo peneirão que deixa passar tudo que é pedaço, a la Frank. Sou mesmo uma massa, ter votado no gringão que me enrolou feito espaguete. E, ainda levei minha mãe junto, 80 anos, numa cadeira de rodas, para votar nele. Caímos feito patinhos, na lábia do comediante.

As escolas da Brigada, podem formar, em números redondos, mil soldados. Acima dos mil, os alunos são formados fora das escolas, em unidades operacionais, tendo que disputar no tapa, camas, colchões, armários, travesseiros, banheiros, etc. As moças sofrem mais. Imagina um ou dois banheiros para 20 ou mesmo 40 jovens alunas. E, isso, não é trote não. Parece piada. Também não é piada. Nem vou falar nos homens porque homem é homem. Pode ir fazer as necessidades no mato.

Apartadas as piadas infelizes, tenho vídeos dos bastidores da formação de soldados fora das escolas regulares da BM, em unidades operacionais. É triste, indigno e vergonhoso como a Brigada é submetida por governos do vale tudo político.

Começam a entender agora por que, por exemplo, se digitarmos no professor Google questões sobre a formação de PMs, vão surgir matérias escrevendo sobre o despreparo de policiais? Eureca! Eis os vícios ocultos. Uma unidade operacional, além de cuidar do policiamento ostensivo numa cidade, nessas épocas em que o governo se toca, normalmente, na véspera de ano eleitoral, tem que se “virar nos trinta”, para também se  transmutar, precariamente, em  escola de formação de novos soldados. Resultado: nenhuma, nem outra coisa sai direito, como manda o figurino de uma boa formação profissional.

Os próprios soldados formados em escolas regulares da Brigada Militar quando são misturados nas unidades operacionais, com os colegas lá formados, sentem a diferença. Encontram os novinhos instruídos fora das escolas orgânicas mais flexíveis e, com mais jogo de cintura. Dois fatores preponderam para as diferenças notadas também por alguns oficiais: a disciplina e a qualidade da formação. A lógica é matemática: formar um aluno numa escola regular e outro numa escola improvisada revela profissionais bem diferentes. Não preciso entrar em detalhes. Cada um pode tirar as suas próprias conclusões, no resultado desse raciocínio.

O que o governo (com “g” minúsculo) deveria fazer e não faz? Ingresso regular de policiais civis e militares, anual, rigorosamente dentro da capacidade orgânica das suas escolas de policia, assegurando na estrutura de seus estabelecimentos de ensino, salas de aula e alojamentos dignos da missão dos futuros policiais.

Em tempo: olho vivo nas empresas que vão se candidatar e vencer os processos para fazer a seleção nos concursos da segurança pública gaúcha, em fase de elaboração apressada dos editais e etapas subsequentes a publicação do edital. O governo tem pressa para tirar aquela foto, no gramado da APM. Eleição chegando, sabe como é... E, voltando aos estabelecimentos que vão organizar o concursão... Assim como tem instituições sérias e com know how reconhecido, publicamente, na organização de concursos (que jamais aceitariam a violação de critérios pré-estabelecidos, tipo exame psicotécnico e média intelectual mínima para ingresso nas fileiras da polícia do RS), tem outras empresas enrustidas que falhariam até para selecionar o melhor candidato a sindico de um simples condomínio.

Aroldo Medina


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