Nilva de Wallau Medina: oito décadas de vida. Acordei minha mãe hoje de manhã cedo, cantando parabéns. Ela abriu os olhos e, sorriu.
Dia destes, como de costume, entrei no quarto dela, informando meu roteiro de atividades programadas. Olhando-me, atentamente, observou que minha camisa estava amassada. "- Aroldo! Vai lá buscar o ferro que eu vou passar esta tua camisa". Minha mãe não consegue ficar de pé e caminhar há dois anos, em função de sua DPOC (Distúrbio Obstrutivo Pulmonar Crônico).
"- Mãe. Eu vou lá passar a camisa e venho te mostrar como ficou". "- Tira ela e trás o ferro que eu passo aqui na cama mesmo". Respondeu. "- Esta bem". Saí do quarto, localizei o ferro, peguei uma toalha de banho seca, dobrei-a como "mesa de passar" e vendo que o "passador" já estava quente, depositei-o sobre a camisa branca. Não demorou dois segundos para ver o "estrago". O ferro estava empoeirado e a camisa estava agora com uma bela mancha de sujeira.
Volto ao quarto da mãe. Perfilo-me e presto continência. Ela me olha. Analisa. Naturalmente vê que troquei de camisa e pergunta o que houve? Explico meu feito, ela balança a cabeça, lamentando o ocorrido e conclui: "- Preciso conseguir levantar dessa cama, logo".
Quase todas as tardes, tiro minha mãe da cama. Pego ela no colo e a acomodo em sua cadeira de rodas. Faço o chimarrão e proseamos sobre a Brigada Militar, política, história, não faltando assuntos domésticos. Quando levo ela de volta para o quarto, quase sempre protesta dizendo que estou fazendo força demais, pegando-a em meus braços. Não digo nada, apenas me lembro quantas vezes ela me carregou nos seus, quando eu era criança.
Que Deus esteja entre todos nós, nos abençoando com muita saúde e paz, harmonia e prosperidade. E, neste dia tão especial, agradeço ao grande mestre Jesus pela mãe que me concedeu, certamente, a melhor entre todas as mães, como cada filho deve considerar a sua, não deixando de presenteá-la com muitos beijos e carinho, todos os dias da sua vida.