Na ordem do dia 1º de março de 1916, o coronel Afonso Emílio
Massot, então no Comando Geral da Brigada Militar, tomava uma das muitas
decisões que lhe assegurariam um lugar proeminente na história da corporação:
estabeleceu a criação de um curso de ensino de dois anos
“desejando proporcionar aos oficiais e subalternos da Brigada Militar
os meios de se aperfeiçoarem no conhecimento de várias matérias de instrução
intelectual, sem sacrifícios pecuniários”. Estava nascendo a Academia de Polícia
Militar do Estado do Rio Grande do Sul que desde então tem sido o centro não
apenas de formação, mas também de aperfeiçoamento e especialização dos oficiais
da Corporação.
Passo importante para a caracterização da APM tal como a
temos hoje foi dado em 1934, com a criação da unidade de ensino da BM, com a
denominação de Centro de Instrução Militar onde era realizado o Curso de
Preparação Militar, embrião do Curso de Formação de Oficiais que formou várias
gerações de gestores de Polícia Militar, nas décadas de 70, 80 e 90 quando a
Brigada formava quase todos os anos, uma nova turma de aspirantes a oficial. As
fotografias empoeiradas que ainda são encontradas nas paredes de alguns
quartéis mostravam a força do Estado formando, regularmente, dezenas de jovens
idealistas que ganhavam o Rio Grande do Sul para combater o crime, aonde ele
surgisse.
As turmas de oficiais, junto com turmas de praças
combatentes do crime que povoavam o pátio dos quartéis, nas décadas
mencionadas, onde se podia contar, com facilidade, mais de trezentos homens em
forma, por turno de serviço, comandados por um tenente formado pela APM, foram
minguando, minguando até as salas de aula da Academia de Polícia Militar ficar
vazias no seu centenário. Não é a toa que milhares de pessoas protestam todos
os dias por mais segurança pública e o medo se manifesta em todo lugar.
O sistema de defesa pública da população esta falindo porque
não há milagre se o Governo do Estado não rever sua posição, dando sentido às
escolas de formação da Brigada, povoando-as de alunos, ainda que minimamente.
Uma releitura da Teoria Geral do Estado, por parte dos governos, seja ele
federal ou mesmo estadual, há de relembrar os eleitos, sobre conceitos básicos,
como o de soberania interna que só existe com instituições policiais bem
estruturadas para garantir a segurança pública da população.
Aroldo Medina - Tenente-Coronel RR da Brigada Militar.
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No centro, o Comando da Brigada Militar: coronel Alfeu Freitas Moreira. |
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Turma de Aspirantes 1988 da BM,
no centenário da APM-RS. |
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Gabriel José Caldeira dos Santos,
9 anos, vestindo réplica do uniforme de
Afonso Emílio Massot, patrono da BM. |