terça-feira, 12 de maio de 2015

ZH: mais policiais aposentados do que na ativa.


A reportagem de Zero Hora e do Diário de Santa Maria: Brigada Militar versus efetivo.

Trabalho há 30 anos na BM. A natureza do serviço é de alto risco. Ainda na Academia de Policia Militar, estagiando como aluno-oficial no 11 BPM, patrulhando Porto Alegre, em 1987, minha guarnição deparou-se com ladrões de carros que nos receberam à bala. Ao longo de minha carreira tive inúmeras situações como essa. 

Em todos esses anos, honrei a farda que vesti e o juramento de sacrificar minha vida para salvar a vida de outro ser humano. E, também testemunhei centenas de policiais militares, oficiais e praças honrando essa tradição. Ao chegar vivo aos 30 anos de serviço, creio que é bem justo usufruir da minha aposentadoria quando eu requer ela.

Não chego sem sequelas ao final da minha carreira na PM. Nessa profissão a pressão é permanente e o estresse alto. Nossa saúde é bastante sacrificada. A ocorrência que mais atendemos é briga entre as pessoas (a maioria, entre casais). Depois vem furtos, roubos, assassinatos, acidentes, prisões, etc. 

Vivendo nesse ambiente, o tempo todo, ficamos com mais propensão do que outras profissões, hipertensos, cardíacos, diabéticos (o meu caso), cancerígenos. Somos também atacados por úlceras, enfisemas pulmonares e problemas de coluna indefectíveis. Muitos se tornam dependentes químicos (álcool e outras drogas), etc. E, não somos imunes a doenças mentais psiquiátricas e psicológicas. Nosso índice de suicídio é bem expressivo. Muitos no administrativo estão afastados da atividade fim (policiamento) por estarem doentes. Digo-vos, não é uma profissão fácil.

Aroldo Medina

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