sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Ponto para os bandidos!


Um amigo teve o carro furtado, domingo passado, dia 01 de novembro, na frente da sua casa.

Ontem à noite me ligou dizendo que os bandidos haviam feito contato com ele para devolver o carro mediante pagamento. Perguntou-me o que fazer. Resumindo uma longa conversa, onde não consegui convencê-lo a não pagar, prontifiquei-me então a acompanhá-lo na transação. Ele quis saber o que eu faria. Respondi o óbvio. Tentaria prender os bandidos com a ajuda de outros policiais. Meu amigo perguntou se isso não era perigoso. Fui seco na resposta. É perigoso. Silêncio no outro lado da linha. Após um tempo, meu amigo respondeu, depois de pensar muito, que me manteria informado sobre os próximos passos. Fiquei aguardando sua ligação.

O tempo passou e ele não ligou. Então liguei para ele, a fim de saber alguma novidade. Respondeu que os bandidos haviam feito novo contato e que iriam combinar o local da "negociação". Novamente orientei-o a fazer contato comigo, assim que soubesse do local onde ocorreria o encontro. O tempo foi passando de novo e ele não ligou. Foi então que recebi uma ligação de sua irmã me informando que o irmão já estava com o carro. Uma sensação de frustração invadiu minha mente. Resignado, agradeci a ligação e assim que desliguei, liguei para o amigo.

Pedi que me contasse como fora a transação. Recebeu a ligação combinando o local. Foi informado onde estava o carro e onde deveria entregar o dinheiro, antes de buscá-lo. No local combinado para efetuar o pagamento, um motoboy usando capacete, abordou-o dizendo que estava ali para pegar "a encomenda". Ele entregou-lhe o envelope e foi buscar o carro furtado, estacionado onde os bandidos o colocaram momentos antes de concluirem a negociação.

Meu amigo demonstrou estar "satisfeito" com o negócio que realizara. Chegou mesmo a dizer que "eles" devolveram o carro inteirinho, tudo no lugar, exceto uma cadeirinha de bebe. Por fim, ainda comentou que o carro tava só um pouco "sujinho". "Acho que eles andaram no barro", conformou-se meu amigo que arrumou o dinheiro emprestado com seu patrão que, prontamente, dispos-se a ajudá-lo descontando o empréstimo do seu salário, em suaves prestações. Antes de desligar ainda me brindou com outra informação "interessante". "Sabe Aroldo, eles até me deram um desconto"! Nesse ponto da conversa cheguei a pensar que meu amigo, um homem verdadeiramente de bem, pai de família, um cidadão exemplar, estava achando que os ladrões que o furtaram e depois o extorquiram, eram até "bonzinhos".

Ponto para os bandidos que rendem pelo medo! Senti-me bastante frustrado como policial no dia de hoje. Desculpem se encerro por aqui, sem mais comentários.

Aroldo Medina

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