sábado, 31 de dezembro de 2011

E se Jesus e Papai Noel fossem candidatos?

A correria das pessoas em compras de final de ano, mostradas pela TV e a popularidade do Papai Noel, em dezembro, me levaram a uma reflexão sobre o significado do Natal e a imaginar uma eleição para Presidente do Planeta Terra, no Ocidente, entre Jesus e o bom velhinho.

Naturalmente teríamos uma disputa polêmica, em função do perfil e do histórico dos candidatos. Duas bandeiras distintas: espiritualidade versus consumismo. De um lado a cigarra. A asa que quer o céu. Do outro, a formiga. A pata que se aferra ao chão.

Depois do início de uma campanha morna, com os candidatos trocando amabilidade, um distribuindo santinhos, o outro presentes, a coisa ia esquentar. Os comerciantes, interessados nas vendas, por mais cristãos que fossem não iriam permitir o crescimento de Jesus nas pesquisas eleitorais, vendo católicos e evangélicos unidos, pedindo votos para o Salvador. Correriam até o Comitê do Papai Noel carregando para ele, sacos de dinheiro, reunindo ainda equipes de vendas em suas lojas, dobrando as comissões.

Os cabos eleitorais de Jesus observando toda essa movimentação não perderiam tempo e o dízimo aumentaria 70 vezes sete. Padres e pastores assumiriam a coordenação de campanha, certificando-se de que realmente se tratava de Jesus, lhe pedindo alguns milagres. Ai de que não os fizesse e, mesmo fazendo, não faltará quem no Comitê de Jesus, não lhe chame de impostor, gerando uma crise de campanha, fazendo o diabo rir da situação.

Os povos do oriente vendo toda essa movimentação do ocidente, não deixariam por menos e lá também providenciariam numa eleição similar do seu representante. Provavelmente, lançariam Maomé e Buda. Os comunistas, liderados pela China, com apoio da Rússia, lançariam um candidato independente, para fazer oposição a toda essa corrente espiritualista, a fim de defender seus interesses econômicos.

De fato, o cenário imaginado é irônico e irreverente. Da mesma forma como parece hoje ser uma sátira, a perda do sentido e do espírito do Natal, na vida das pessoas. Elas são vistas, frenéticas e em transe coletivo, se acotovelando na 25 de Março, em São Paulo ou nas avenidas de Nova York nos EUA, comprando, comprando, comprando e, em filas nos shoppings das américas e no Brasil, preenchendo mecanicamente, cupons para ganhar prêmios. Ofendem-se no trânsito caótico de nosso país, sempre com pressa para chegar em qualquer lugar. Com pacotes se esbarram e seguem caminhando, sem pronunciar uma palavra de desculpas. Passado o frenesi, se arrependem com a chegada da primeira prestação, começando o ano novo, endividadas e mau humoradas.

Onde está o verdadeiro espírito de Natal? Será que foi soterrado pelo consumismo desenfreado? Ou se perdeu em nosso individualismo cego e sem limites. Urge pararmos para ouvir a voz da nossa própria consciência, despertando a memória de valores cultivados por nossos antepassados, longe de aparelhos celulares e computadores, muito úteis em nossas vidas, mas que podem nos desconcentrar e escravizar.

Nas noites de Natal, antes de abrir os presentes, devemos dar as mãos em família unida, brindar à saúde sorrindo e agradecendo tudo de bom que já ocorreu em nossas vidas, lembrando que a data é mais do que simplesmente consumir. O Natal é confraternizar, amar ao próximo, perdoar aqueles que nos tem ofendido e uma grande oportunidade de fazer renascer em nossos corações, valores cristãos, igualmente defendidos em outras religiões, para o bem e a paz de toda humanidade.

Aroldo Medina

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