sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Alguns bilhetes deixados por visitantes de dona Isaura no aeroporto Salgado Filho.


Isaura Lopes recebeu muitas visitas e bilhetes no aeroporto Salgado Filho, depois da veiculação das reportagens de Zero Hora e RBS TV.

Selecionei alguns bilhetes que recebeu e pedi para ilustrar esta postagem. Num destes bilhetes uma senhora pede um número de conta para dona Isaura, a fim de fazer uma oferta. Motivado por este bilhete, prontifiquei-me em acompanhá-la até a agência do Correio no Aeroporto e abrir uma conta no Banco Postal. Dona Isaura disse que iria pensar no assunto.

Passado um dia, fui no aeroporto para me despedir dela e voltar ao assunto da abertura da conta. Antes que eu abordasse o tema, dona Isaura tomou a iniciativa: "- Orei muito esta noite e pedi a Deus uma inspiração sobre a abertura desta conta que o senhor falou ontem. Não tive resposta. Então creio que não devo abrí-la". E encerrou o assunto.

Quando fui visitá-la dia 24 de outubro, separei um dinheiro, em espécie para dar a ela. Dois outros colegas de farda também enviaram uma ajuda de custo destinada a suas despesas de alimentação. Botei o dinheiro num envelope e ao me despedir, coloquei o envelope no bolso da camisa da missionária. Fui rápido na despedida e me afastei sem lhe dar chance de dizer nada sobre minha atitude.

No encontro da despedida ela não hesitou e entrou direto no assunto: "- Sua oferta ontem foi generosa. Completou o dinheiro que faltava para comprar minha passagem de Brasília para Manaus. Aceitei porque o senhor deu de bom coração e também porque sinto que o senhor é de Jesus. Jesus manda pessoas a mim que são Dele". Fez uma pausa e citou a repórter Bruna da RBS como uma pessoa iluminada espiritualmente. Disse que gostaria de revê-la. "- Ela tem muita luz. Jesus também esta com ela".

Dona Isaura prosseguiu no tema das ofertas: "- Hoje veio um casal muito bonito aqui para me ver. Os filhos vieram juntos. Se via que eram pessoas de posse. Quiseram me dar dinheiro. Mas não pude aceitar porque não me senti a vontade com eles".  A caridade deve ser espontânea. A caridade não pode ser uma espécie de acerto de contas com Deus porque sentimos que fizemos uma coisa errada ou deixamos de fazer uma coisa certa e queremos compensar nossa consciência com uma doação forçada.

Eu presenciei no primeiro dia, enquanto aguardava para conversar com dona Isaura, ela recusar ajuda financeira de uma senhora que abriu a carteira e disse que queria lhe dar um presente de Natal. Isaura agradeceu o gesto e disse que não queria presentes, pois, não estava ali para isso. Aceitou um caderno e canetas.

Aroldo Medina

Alguns bilhetes:


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