quarta-feira, 8 de julho de 2009

BM e Wianey Carlet


Recebi hoje em meu e-mail da BM a Coluna do Wianey Carlet. O artigo versa sobre a BM e torcidas, no caso em pauta, do Grêmio, por sinal o time que abracei em minha infância. O pensamento do comentarista esportivo do Grupo RBS é solar. Aquece a cabeça do torcedor com uma luz saudável. O sangue flui nas artérias do cérebro trazendo idéias carregadas de oxigênio. Traz, inclusive, uma breve, porém oportuna e imparcial reflexão sobre a nova intempestiva proposta de extinção da Justiça Militar do Estado do RS. O texto do Wianey me fez lembrar do Sebastião. Sebastião Rodrigues Filho foi meu colega de turma na Academia de Polícia Militar, entre 1986 e 1989. Há exatos 20 anos escreveu um artigo exclusivo para nossa revista de formatura, a Brigada em Revista, onde alertou na página 66, sobre ensaios já naquela época, de extinção da Justiça Militar no RS. O bom senso e a razão prevaleceram e a Justiça Militar sobreviveu. Tenho o maior respeito e consideração pelo trabalho insubstituível de nosso conceituado Tribunal de Justiça que hoje defende a extinção de nossa JME. Se um dia for ameaçado o TJ-RS ou mesmo o Poder Judiciário, serei o primeiro gaúcho a guardar a sua porta contra aqueles que o quiserem ofender, quiçá destruir. Sem a Justiça não somos viáveis como civilização em lugar nenhum do planeta. Ainda tenho esperança que nossos desembargadores e deputados estaduais possam sim ajudar a aperfeiçoar a Justiça Militar Gaúcha que de fato precisa se atualizar sob a orientação da magistratura do Brasil, jamais extingui-la. Sua extinção iniciará o princípio do fim da disciplina militar como há conhecemos hoje. A BM sucumbirá sob sua própria sombra e, traduzindo o espírito do artigo do jornalista, um poderoso escudo de defesa da sociedade está se perdendo, sem saber o que vamos colocar no seu lugar.

A seguir transcrevo o pensamento de Wianey Carlet, publicado na página 53 do jornal Zero Hora, edição 16023 de 07 de julho de 2009.

BM e torcidas

Existe forte inconformidade por parte da Geral do Grêmio contra a direção do clube. As lideranças do grupo concluem que a Brigada Militar “está mandando no Olímpico” e os dirigentes estão sendo omissos. Acostumaram-se ao que acontecia, em passado recente, quando a BM sequer entrava no meio da torcida. Havia um extravagante acordo entre o policiamento e os torcedores. Mudaram os comandantes da corporação e modificaram-se as práticas. Não é preciso lembrar o nível de violência que se instalara nas arquibancadas, talvez por efeito da grave omissão da BM. Hoje, a Brigada impõe regras e pune, quando são desrespeitadas. Duvido que os torcedores que vão ao Olímpico apenas para torcer, que não atiram objetos no campo e nem soltam rojões, se sintam prejudicados. Os dirigentes do Grêmio não podem afrontar a BM. O Grêmio precisa do policiamento e o trabalho está sendo bem feito.

Não contem comigo para qualquer forma de pressão sobre a Brigada Militar. É verdade que houve excessos no jogo contra o Cruzeiro. Mas, apesar de eventuais erros, a BM é a única garantia de segurança que resta ao cidadão gaúcho. Em vez de tentar enfraquecer a instituição, a hora é de todos os gaúchos abraçarem a causa da Brigada. Existe uma ameaça real contra nossa polícia militar. Neste país, já tentaram “regulamentar” a imprensa (censura), mas recuaram diante da reação. Depois, quiseram desarmar a população, mas o povo resistiu e disse não. Agora, tentam acabar as polícias militares dos Estados. Eliminar os tribunais militares e desmilitarizar a BM e outras corporações é acabar com todas, colocando no lugar não se sabe o quê.

A Brigada desempenhou papel relevante em vários momentos. Se Brizola estivesse vivo, deflagraria uma revolução em defesa da BM. Porém, o que se vê é a indiferença e o que se escuta é o silêncio omisso. Tentem imaginar o RS sem uma Brigada Militar altiva e com a sua hierarquia respeitada. Conversem sobre o assunto, pensem. E os torcedores, tratem de entrar na linha. Respeitar as regras é respeitar, acima de tudo, os demais torcedores, imensa maioria, que querem seguir desfrutando o direito de ir aos estádios em paz. Aceitar as normas é oferecer às famílias a prerrogativa de comparecer aos jogos, torcer pelos seus times e voltar para casa sem sobressaltos.

Repito: não contem comigo para atacar a Brigada. Tampouco entendam que fecharei os olhos para deslizes que, eventualmente, sejam cometidos por brigadianos. Existem imagens mostrando que, em alguns momentos, soldados se excederam. É dever do comando identificá-los e puni-los. Mas também é imperioso reconhecer que em tumultos sempre acaba apanhando algum inocente. Aliás, vi a imagem de um torcedor dando uma voadora sobre um imenso cavalo. Inacreditável. Impõe-se que cada parte reconheça os seus erros.

Saibam os torcedores que os estádios são requisitados pelas federações, CBF, Conmebol ou Fifa. A autoridade dos clubes, nestas ocasiões, é limitada. A Brigada nem teria a obrigação de fazer o policiamento interno, já que os clubes cobram ingressos e nem um centavo é repassado à polícia militar. Logo, se a BM se dispõe a trabalhar onde não tem o dever de estar, é aceitável que imponha regras. O resto é rebeldia sem causa.

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