quinta-feira, 16 de julho de 2009

Responsabilidade política





Por falar em boas lembranças, entre tantas que guardo em meu acervo pessoal, estão estas que compartilho com os amigos leitores deste espaço. São memórias de quando concorri ao governo do Estado, em 2002. Campanha em andamento, meados de agosto, chega no comitê, espontaneamente, um casal acompanhado do filho pequeno, 6 anos de idade e pede para falar com o candidato. Apareço bem empolgado já visualizando a possibilidade de conquistar mais dois novos votos. O pai vai logo me atalhando e dizendo que é o filho deles quem quer me conhecer. Olho para o pequeno eleitor e estendo-lhe a mão, ao que corresponde prontamente me apertando a mão. O menino não perde tempo e vai logo dizendo que vai votar em mim. Sorrio largamente com sua autenticidade. Em seguida, pede para sua mãe um papel que ela traz na mão. A folha passa rápido por suas mãozinhas que me entregam o papel com um dos braços bem estendido. Pego a folha com carinho e passo a ler. Não demora muito para perceber do que se trata. Meus olhos me traem e são embaraçados por um colírio natural, inevitável quando nos emocionamos. Abraço o menino. Esqueço dos pais por uns instantes. Refeito, pergunto ao pequeno cidadão se ele pode me dar aquela folha de lembrança dele, como um presente para mim. Ele olha para o pai, depois lança um olhar para sua mãe, pensa um pouco e, finalmente, faz que sim com a cabeça. O pai entra no assunto. "- Quando o senhor aparece na televisão ele corre para vê-lo. Não perde um programa seu". Minha mente foge. Divaga longe, numa reflexão sobre responsabilidade política.


Escola Fazendinha

Entre tantos estabelecimentos de ensino que tive a honra e satisfação de conhecer, está a Escola Fazendinha, zona sul de Porto Alegre, cujo público é constituído por crianças de tenra idade, onde minha filha iniciou seu processo de socialização escolar aos 4 anos de idade. Lá conheci o Tio Conde, um cidadão de porte avantajado que transpirava simpatia. Um personagem que encarnava com perfeição, era a figura do Papai Noel escrito nas melhores histórias. O Tio Conde se transformava no bom velhinho, todos os finais de ano, na festa de natal da Fazendinha. As crianças adoravam. Eu apelava aos meus irmãos do Corpo de Bombeiros da BM, muito requisitados nessa época, para dar uma carona ao homem de roupa vermelha e longa barba branca, para ele chegar às crianças em grande estilo, num carro de bombeiros. Tinha também a Magda, psicopedagoga da escola que estava sempre pronta para auxiliar os pais, com sábias orientações e cuidados no trato com as crianças, ao lado de monitoras da escolinha, sempre muito carinhosas com os pequenos. Essa turma toda brindou-me com o telegrama que ilustra essa postagem, recebido logo após a divulgação do resultado do 1º turno da eleição, na primeira semana de outubro de 2002.

Este contexto todo me leva a afirmar, embora muitos possam achar ingênuo ou mesmo simplório demais o depoimento (de fato as mensagens são simples, diretas, objetivas) mas são gigantes na sua carga de idealismo, um valor desacreditado quando se fala em política, nos dias de hoje. De minha parte, digo que são manifestações como estas que imagino devam também estar na memória de muitos políticos que antes de se deixarem seduzir pelo poder e se desviar do seu caminho original, deveriam lembrar da confiança dos seus eleitores.

Por fim, quero dizer ao Gabriel e aos seus pais e a todos da Fazendinha e tantos outros cidadãos que estas mensagens especiais serão combustível eterno em meu coração, para fazer sempre o melhor possível, como dizem os escoteiros, na construção de uma sociedade com mais educação e qualidade de vida para todos. Um abraço fraterno, Aroldo.

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