sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Ganância


Estava vendo agora há pouco pela TV, o RBS Notícias. Uma das matérias mostrava os prejuízos causados pela falta de luz, em função dos temporais de hoje. Entre as pessoas entrevistadas, vi uma comerciante dizer que iria colocar fora 600 quilos de carne.

Nesta hora me ocorreu perguntar porque a comerciante não doava esta carne antes dela estragar. A primeira resposta que me veio a cabeça foi ganância. As pessoas preferem perder o produto em vez de fazer caridade.

A notícia me fez lembrar da minha infância. O ano era 1967. Morávamos em Pelotas. Éramos pobres. Minha mãe havia comprado um bolo para serví-lo a umas visitas. Bateram na porta e eu fui atender. Eram umas crianças pedindo "pão velho".

Fui na cozinha, peguei o bolo no forno e dei ele todinho para um grupo de meninos negros. Saíram bem felizes e eu voltei a brincar. Lá pelas tantas a minha mãe deu pela falta do bolo e me chamou para perguntar se eu sabia onde ele estava. Sem titubear, respondi: "- Dei para umas crianças que vieram aqui pedir pão velho". Nem vi a cara que a minha mãe fez, pois, respondi a pergunta, dei-lhe as costas e voltei a brincar.

Se eu tivesse 600 quilos de carne sabendo que iria estragar por falta de refrigeração, não pensaria duas vezes. Faria com esta carne, um belo churrasco num orfanato ou num asilo, mesmo que faltassem dentes aos velhinhos, teria a maior satisfação em ver eles chupando a carne.

Aroldo.

5 comentários:

  1. Eu presenciei o ocorrido e concordo plenamente com o meu pai porém, acho que não é só a ganância. É também a falta de iniciativa.

    As pessoas tem que tomar mais iniciativas. O meu pai, por exemplo, quando conto a ele algo que aconteceu, um fato, uma história, um conflito, ele sempre faz um comentário e conclui que muitas coisas dão errado pela falta de iniciativa das pessoas.

    Mais coisas seriam feitas. Mais pessoas seriam felizes. Teríamos até mais qualidade de vida para a população, principalmente para a população mais carente se as pessoas tivessem mais coragem para decidir agir e não ficar paradas, esperando as coisas simplesmente acontecerem. Esta regra se aplica também nas eleições.

    O mundo se tornará um lugar melhor se agirmos com mais bondade no coração.

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  2. Ao assitir a matéria da RBS, vendo as carnes de aparência saudável, comentei: "mas porque deixar estragar?Se podem fazer uma festa, um churrasco!Uma doação quem sabe??", a RBS ainda mostra...Outro dia entrevistaram uma pessoa que queixáva-se da falta de luz, pois não poderia trabalhar assim, "como iria fazer café!?", e eu pergunto: - para fazer um café passado é muito defícil?Um dos males deste nosso mundo é a falta de boa vontade. Uma cafeteira elétrica é uma beleza, mas passar um café é um ótimo ato de exercitar a paciência(quando se tem o prazer de inalar aquele aroma magnífico)o que está faltando muito por aí...Major Medina, gostei de ver que não estou sozinha neste ponto de vista.
    Abração!!!!!!!

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  3. Eu errei!Eu quiz dizer que: Ao assistir a matéria(...)fazer café passado é muito difícil?(...)
    é isso!!!!!

    Luciana

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  4. Luciana, obrigado por sua participação aqui nesse nosso espaço interativo. Sua opinião é muito bem vinda sempre.

    Teu comentário é muito procedente. O exemplo da cafeteira é bem emblemático. É um alerta para não deixarmos a tecnologia nos acomodar. As pessoas parecem que estão desaprendendo as coisas ou estão ficando preguiçosas com tantos avanços tecnológicos.

    Lembro que "antigamente" as TVs tinham um seletor de canais que nos "obrigava" a levantar o "trazeiro" da cadeira para mudar de canal. Hoje, o controle remoto nos "prende" na cadeira ou mesmo na cama.

    Novamente lembro do desenho do Wall'E. Onde vimos que a tecnologia transformou os seres humanos em uma raça de "GGs".

    Pensando no teu exemplo da cafeteira, fico imaginando se essa pessoa já viu alguém passar o café no "método antigo".

    Não há dúvida de que está faltando as pessoas mais boa vontade, educação e iniciativa para resolver problemas simples do nosso dia a dia.

    Um grande abraço para você também,

    Aroldo Medina.

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  5. hehehe, a jarra de minha cafeteira quebrou e a aposentei em um armário. Hoje faço um gostoso café passado, coisa que via a minha avó Zéca, fazendo em volta do seu fogão de lenha em S.Chico de Paula. Mas a cafeteira tem historias bacanas...Um dia, levantei e encontrei um mimoso bilhete de meu filho Beto (hoje quase 27 anos tem meu nenem), grudado nela, que dizia: "Mãe, bom dia!é só ligar a cafeteira!", Guardo esse bilhete até hoje. Eu que ando em cavalgadas, que gosto de um galpão enfumaçado, curto até um café de chaleira. Mas que tal? Abração!
    Luciana

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