segunda-feira, 16 de abril de 2012

Um diploma de muito valor.


Arrumando meus papéis em casa, encontrei esta carta de estudantes da Turma 41, de um dos colégios públicos do bairro Partenon, em Porto Alegre. Voltei ao tempo em que era diretor do Museu da Brigada Militar, lá pelos idos anos de 2.000.

Costumava incentivar professores e a direção das escolas do entorno do Museu, assim como as mais distantes, a levarem os alunos para visitarem a casa de preservação da memória e da história da BM.

Era sempre muito divertido receber as crianças. Ficavam encantadas pelo uniforme que usávamos. Para elas, éramos como uma espécie de super heróis de verdade. Crianças, sempre muito generosas na avaliação dos adultos.


As peças em exposição no museu sempre suscitavam muitas perguntas que respondíamos com alegria. As armas sempre chamavam muita atenção. Lembro como se fosse hoje, uma menina de uns 7 anos, olhando para um telefone do início do século, "grudado" numa das paredes do Museu da BM. Ela voltasse para mim e dispara: "- Guarda! Onde disca o número do telefone para fazer a chamada"? Expliquei que os telefones de antigamente funcionavam "sem números". As ligações eram feitas através de uma telefonista. A menina de braços cruzados, olha-me com curiosidade e lança nova pergunta: "- Agora me responde então onde colocava a ficha nesse telefone para fazer a ligação". Sorri diante dos pensamentos da mocinha, despertados pela antiga peça e passei a explicar como aquele telefone funcionava sem números e fichas. Grandes lembranças do Museu da Brigada Militar.

Guardo com orgulho a carta dos jovens estudantes, como um verdadeiro diploma de reconhecimento ao valor do trabalho policial militar, especialmente o aspecto que a função nos permite de incutir educação e valores na cabeça das crianças. "Educai as crianças e não será preciso punir os homens, já dizia Pitágoras há 2.500 anos atrás.

Aroldo Medina


Nota: O Museu da BM de 1987 até 2.000, esteve instalado no antigo prédio da Linha de Tiro da BM, tombado como patrimônio histórico do Estado do RS, dentro do Parque da Academia de Polícia Militar, situada na avenida Coronel Aparício Borges, nº 2001, bairro Partenon, em Porto Alegre.

O acervo do Museu foi transferido, no ano 2.000, para o prédio do QG da Brigada Militar, na Rua dos Andradas, nº 522, no centro de Porto Alegre. Desde então o prédio da Linha de Tiro permanece fechado.

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